Sempre fomos só nós três apesar de vivermos insistindo de que seriamos nós e mais ‘alguns’.Nos acostumamos muitos com nossos escritos e até achávamos que vivíamos neles, íamos a outros cantos com eles, mal sabíamos voltar e a cada passeio um pouco da gente ficava por lá, voltávamos mais vazios, vazios de tudo.Sentíamos todos os‘alguns’ que acreditávamos ter mas que eram apenas papel e letra, e às vezes só papel, sem letra, sem nada, cru.Escritos.
Subitamente voltamos pouco menos vazios e conseguimos ver que as pessoas fora do papel eram falsas, tinham sorrisos falsos e abraços fracos, eram sempre sem letra ou escreviam para que não lêssemos.Descobrimos que os 15 anos que vivemos com aqueles ‘alguns’, serviram apenas para que aprendêssemos que todo mundo mente, até nós para nós mesmos, que todo mundo tem papel, que todo mundo é papel e às vezes somos amassados e jogados fora como rascunhos.Levamos 15 anos para descobrir que seremos apenas nós três: papel, caneta e eu.Vazia ou não, sentindo ou não, sorrindo ou sofrendo.Eu e escritos.

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