terça-feira, 2 de agosto de 2011

Eu podia sentir o vento gelado quase petrificando o meu rosto enquanto, sentada no piso frio da varanda com as costas apoiadas no vidro da porta e com a cabeça inclinada para trás o suficiente para que eu conseguisse admirar o tempo fechado, eu me descobria cansada de tudo aquilo que fora deixado subentendido.Eu havia me tornado uma pessoa prática, e ali, envolvida pelo cobertor que ainda exalava o seu perfume, me lembrava do quão confusa você me deixava.Sempre fostes mais objetivo do que eu entretanto agora os papéis se inverteram pelo simples fato de que eu me cansei.Minhas esperanças de que um dia tudo deveras fosse dar certo foram-se embora de vez.Aliás, lembro-me bem do primeiro dia em que vieram.Chegaram acompanhadas de um lindo sorriso, um cabelo curtinho, olhos penetrantes.Nome endereço e telefone.Como num livro de romance romântico, a timidez de ambas as partes deixava tudo mais intenso embora contraditório.
Enquanto o cigarro queimava e o vento dispersava aquela fumaça, eu degustava um pouco do café que aquecia meu peito, e me recordava das tardes as quais estivemos juntos dos sorrisos e abraços tão clichês por aqui e via que tudo fora embora contigo acompanhados dos meus tão sinceros sorrisos, do meu brilho e da minha vontade.Restara apenas saudade, isso você soube deixar bem.
Comparando nosso amor a esse cigarro que evaporava eu me descobria cansada de esperar e evaporei então a esperança desse amor pesado que eu carregava.Agora eu me sentia mais leve, mais calma, era como se alguns quilos fossem tirados de cima do meu peito e eu pudesse voltar a respirar calmamente.Eu simplesmente não sentia mais nada.
O vento gelado me anestesiara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário