Vivo o momento em que decido não me apaixonar. Por ninguém.
Não importando o que seja dito ou feito, por mais que se demonstre -ou tente- sinceridade, eu não vou acreditar. Pequena parte de mim sonha que exista alguém em quem se possa depositar confiança, parte outra perdera pelo caminho totalmente a esperança.
Passa-se por certas coisas que nos fazem desacreditar totalmente naquilo que nos movia, naquilo que nos fazia feliz e só o que nos resta é esperar sempre a pior possibilidade. É como se estivéssemos entrando para um jogo sem preparo prévio com a consciência de que o que obtivemos de bom seria total lucro e pura sorte.
Era isso então?Viver unicamente o presente sem esperança de um futuro? Sim, era isso. Sem romantismo, sem passar a tarde ao lado do telefone esperando por ligações, sem discurso ensaiado, sem clichê. Esse era o jogo. Essa era a regra.
Até que um dia encontre alguém que tenha o mesmo jogo e as mesmas regras. Alguém que não tenha telefone, discurso, especulações e sim um presente, um único e maravilhoso presente que te faça sentir saudade. Amarga e cruel saudade que te faz esquecer as regras do seu próprio jogo, te faz querer esperar algo mais, te tira do jogo e vence por WO.Então você se encontra vivendo uma contradição eterna em que o seu coração vive todos os tempos verbais e o seu cérebro sabe que só pertence ao presente.
Apesar de aquele sorriso ter parecido sincero, de ele não ter dito "eu te amo" no primeiro beijo nem te chamado de amor ao invés do nome no primeiro encontro, de o desfile de mãos dadas ter existido, de que você foi apresentada a família e aos amigos, de que as visitas em sua casa foram reais, de que ele te abraçou sem vergonha de estar em público, de que ele segurou a sua mão enquanto sorria para os amigos. Tudo isso apenas pode ter sido sincero e você não quer mesmo acreditar que isso tenha sido real, você apenas sorri pelo presente, sente saudades pelo passado mas já não tem mais a esperança de um futuro apenas aguarda e sorri.

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